segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Vida de solteiro(a) em Salvador

O Programa Rede Bahia Revista exibiu uma série de reportagens sobre a vida de solteiros(as) em Salvador. Colaborei com as reportagens falando um pouco sobre meu estudo de tese.

As reportagens retratam a solteirice como um estilo de vida, cheio de possibilidades, tal como venho observando em meus estudos. A organização do espaço individual, os costumes no lazer, a prática de esporte, as viagens e as paqueras - reais e virtuais, são alguns dos elementos presentes neste estilo de vida. O consumo está envolto neste modo de viver também porque viver só tem um custo e o mercado - claro - está de olho nesta parcela da população, oferecendo serviços de alimentação, lazer, moradia e uso de tecnologias da comunicação. 

Confira as reportagens no site do Rede Bahia Revista:


"Agências de viagens preparam excursões para atender ao público dos solteiros" (20/10/13)







"Mulheres e homens baianos falam sobre como é ser solteiro em Salvador" (03/11/2013)





quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mensagem no dia dos/as solteiros/as: 15 de agosto; Message in this Singles Day, 15th of August

Neste dia dos solteiros/as, compartilho uma frase que gosto muito e que demonstra um pouco como foi fazer uma pesquisa sobre a solteirice em Salvador!


"Até aqui, buscando 'tirar o véu', como uma metáfora que suscita olhar a 'solteirice' para além da condição de não ser casado/a, mas como uma condição que traz elementos próprios nos modos de se vivenciá-la, pretendi trazer a tona uma temática social que a tanto me é particular e é particular a tantas pessoas que vivem só – solteiras e morando sozinhas – que desfrutam desta condição como reflexo de conquista de autonomia, liberdade, independência, privacidade, e que aprendem sobre si mesmas, estando sós, mas também com as diversas pessoas que fazem parte das suas redes de sociabilidade. Assim, a liberdade de estar sozinha/o e de estar também com as pessoas, caracteriza a 'solteirice' dando-lhe uma dinâmica própria" (ANDRADE, 2012, p. 268)


Today is single people´s day in Brazil. I am sharing here a phrase that I like very much. It is a brief notion of how was to make a research about singleness in Salvador!


"Doing this thesis, I sought to 'take off the veil', as a metaphor that invites us to look to the 'singleness' beyond the condition of who is not marriage, but as a condition that brings some specific elements  related to the way that this condition can be lived. I intended to bring this social theme that is so particular to me and to many people that lives alonesingle and living alonethat enjoy this condition as a reflex of authonomy, freedom, independency and privacy achievements. In addition, it talks about people that learn about themselves not only when they are alone, but also when they are with their social network. To conclude, the freedom of being alone, and also with other people, is what characterizes the singleness, giving it a dynamic that is unique". (ANDRADE, 2012) 


Encounters - talking about singleness in Manchester


Encounters was the name of a Seminar that took place at The University of Manchester in July, 2013. Part of my research about singleness in Salvador was presented, what was so greatful because I could go back to this University where I spent some months as a visitor student in 2011 to work on my thesis. 


Participates of the Session: Intimate Encounters 

Abstract:

The “singleness” in Salvador: unveiling practices and meanings among middle-class adults in Salvador


This PhD research sought to understand the phenomenon of “singleness” in contemporary, specifically in Salvador, Brazil, through experiences and constructions of meanings about the condition of being adult middle class single men and women living alone. The study was based on interdisciplinary discussions about the changes in Personal Life, in gender relations, on relationships and in lifestyles in urban contexts that were useful to think about the new meanings and practices among singleness. The research used feminist epistemology and gender as the main category chosen to analyze data; it adopted mixed methods with qualitative and quantitative devices: focus groups were realized with four women and three men as participants; structured questionnaire were responded by 76 people; field observations were taken place in leisure spaces in the city; bibliography interviews guided by the life grid and diaries were conducted with a subsample of six participants. Their ages varied between 30 to 60 years old, all of them were graduated, living in middle and high class neighborhood in Salvador, and classified as belonging to A/B social class. The construction of data and the dialogue with the literature allowed mainly to reconstruct the concept of singleness according to its dimensions of civil state, lifestyle and loneliness, having freedom as the main dimension, at the same time as the element that connects all the dimensions and the most important meaning of singleness. How men and women constructed their practices among these dimensions of singleness as part of their personal life, will be presented here.


To know more about the Seminar, access the link: 
http://www.socialsciences.manchester.ac.uk/morgancentre/events/2012-13/encounters/index.html

Special thanks to Maiane, Keise, Felipe and all psychologist students at Ruy Barbosa Faculty, that are and were part of the Experience Program "Studying about single people´s lifestyle in Salvador" that helped me with the research!



domingo, 30 de junho de 2013

Meanings of singleness in Salvador media

This is a tv report about singleness in Salvador, showing how the media still focus on the representation that single people are desperate as they seek to find a partner; it also shows gender diferences in the way people in a leisure space in Salvador speak about singleness. 


We used this video to present a paper about singleness in the media in Salvador, in a Seminar at the Ruy Barbosa Faculty, this year.



 

To visualize the subtitles in English, just activate the Subtitles on Youtube.

domingo, 9 de junho de 2013

TVE Debate - O amor e as novas relações

O TVE Debate de ontem exibiu um debate sobre o amor e novas relações, em um programa especial para o dia dos namorados. Opiniões diferentes sobre o tema marcaram a conversa, mesclada com depoimentos interessantes de pessoas que foram entrevistadas em diversos locais em Salvador. Segue a chamada do programa e o link do mesmo, onde ficam disponíveis vários debates interessantes sobre temas atuais!

"Doze de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, é comemorado o Dia dos Namorados no Brasil. E o TVE Debate deste sábado (08), às 21h30, quer saber: o que mudou nas relações amorosas com o passar das gerações? Como a sociedade reflete o amor hoje?

Para essas e outras questões, o TVE Debate faz uma homenagem aos românticos e convida a psicóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da UFBA Darlane Andrade, o sociólogo Antônio Mateus e a ginecologista e sexóloga Mari Celeste para falar sobre o amor e as novas relações.

Darlane Andrade conta que, na época de nossos avós e bisavós, era estranha a ideia de casar por amor. As uniões estavam vinculadas às questões financeiras e ao status trazido com os nomes de família, por exemplo. “O amor é uma construção social. A forma como a gente vai demonstrar esse sentimento tem tudo a ver com a forma com que a sociedade também lê esse sentimento e as funções desse amor pra sociedade”, explica a psicóloga. A médica Mari Celeste defende: “Em relação ao amor, acho que o amor vai se construindo”.

O TVE Debate, sob o comando de Aline Castelo Branco, tem novo dia de exibição até novembro: aos sábados, às 21h30.
Navegue no nosso Portal e assista a programação da TVE Bahia ao vivo". Clique aqui.

Fonte: http://www.irdeb.ba.gov.br/destaques-tve/11042-debate-amor-relacoes

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sobre a solteirice... na época dos/as namorados/as

Ao se aproximar o dia dos/as namorados/as, começam os bombardeios de propagandas incentivando a troca de presentes entre casais: de namorados, os casados, também entre os amantes, ficantes, os casos e outras configurações de pares. Um presente simbolizando o amor e afeto entre as pessoas. Neste caso, somente entre os (vários tipos de) casais ou quem esteja em par (ou trio, quarteto... – por que não?). Em outras culturas no dia dos/as namorados/as a troca de presentes pode se estender às pessoas em seus ciclos de amizades e a familiares, porque o que se celebra é o amor entre elas. No entanto, no Brasil, é Santo Antônio, o santo casamenteiro, quem, neste início de junho, é  o símbolo principal da demonstração de afeto entre os pares amorosos; a  celebração do amor de quem está em par. E quem não o tem um par, sugere-se que procure. E haja pedidos para o Santo!
A cultura do par é muito forte em nossa sociedade. A alma gêmea, a metade da laranja, ou ter alguém (ou alguéns) para não se andar só... uma companhia, uma parceira para compartilhar os momentos bons e ruins da vida, para compartilhar o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. Alguém(ns) que tenha(m) gostos parecidos, ou que se complementem por serem tão diferentes – um Eduardo e uma Mônica (como bem descreveu Renato Russo), por exemplo. E a lista de possibilidades e expectativas pode crescer ainda mais porque as exigências têm aumentado: ser uma pessoa amável, carinhosa, que tenha pegada, que seja alegre, divertida, que seja independente financeiramente e emocionalmente (principalmente da mãe), que atenda as necessidades (e fantasias) sexuais, dentre outras tantas expectativas.
Essas expectativas se somam à norma contemporânea das relações quando estas se estabelecem em um contexto onde o fator econômico ou a união entre duas famílias não são mais regras a serem seguidas. Aliás, nem há mais uma regra a ser seguida. Isto porque em um contexto caracterizado pela democracia, as pessoas possuem a liberdade de escolher com quem elas querem se relacionar, quando e como (dentro de muitas limitações em função das posições de classe social, gênero, raça/etnia, orientação sexual, etc., que as pessoas vão ocupar). Neste cenário, as relações se configuram por diversos fatores, dentre eles, ganha destaque o amor. Este sentimento agora não é mais romantizado no sentido de um amor platônico, inalcançável, porque agora o amor como um sentimento pela outra pessoa pode ser concretizado e inclui o ingrediente sexual para dar mais tempero às relações.
E os/as solteiros/as nesse contexto do amor, do sexo e dos afetos nas proximidades do dia dos/as namorados/as? Especialmente aqueles/as que não têm namorado/a ou outro tipo de relação que caiba a troca de presentes e atenda esse ideal de uma sociedade de consumo?
Em meus estudos sobre a solteirice em Salvador, os/as participantes falaram sobre o fato de estar fora de uma condição de ter um par, e nessas falas, assim como as de outros estudos sobre o tema, também percebi como ainda a cultura do par e qualquer tipo de parceria que possa ser nominada, ou seja, padronizada – que ganha visibilidade no dia dos/as namorados/as – ainda é muito presente. Esta cultura é sentida por quem está fora dela, que comumente é bombardeado/a por comentários como: “está sozinha/o, por quê?”, “tão bonita/o e inteligente, por que não casou?”, “você vai encontrar uma pessoa para te tirar dessa vida de farra”, dentre outras frases “bem intencionadas”.
Os contrapontos – os contradiscursos e práticas contrárias às normas – vão tirar da obrigatoriedade de realizar o gesto simbólico – e capitalista – de reconhecer-se pertencendo à cultura dos casais, pelo gesto de dar e receber presentes. Solteiros/as sem namorados/as não precisam trocar presentes. Quem incorpora a solteirice como um estilo de vida e se sente bem nesta condição, desfrutando de tudo que há de positivo nela – que, no meu estudo, se resume à liberdade proporcionada pela vida de solteiro/a - talvez não se sinta incomodado/a com o dia dos/as namorados/as, tal como muitos/as dos/as participantes que afirmaram estarem satisfeitos/as com sua solteirice. Essas pessoas podem, então (evitando filas de motéis e restaurantes lotados de casais), se sentir à vontade para sair nos bares e boates da cidade para se divertir com os/as amigos/as, ou ficar em casa na companhia de quem quiser; inclusive sozinhos/as.
Outros/as solteiros/as podem se sentir muito excluídos/as por não terem “alguém pra chamar de seu” (como se as pessoas precisassem tomar posse do outro), por não receberem presentes no 12 de junho e podem até se sentirem incapazes de encontrar alguém... Dentre as diversas pessoas que participaram dos meus estudos, encontrei uma mulher muito religiosa (na época da pesquisa do Mestrado, em 2007), que se queixou de estar sozinha, mas nos estudos posteriores, não ouvi queixas sobre estar sem um par. O que observei, contudo, foi que, para quem não se sente à vontade nesta condição de solteiro/a sem par, parece que, no dia dos/as namorados/as o ideal é se proteger dos bombardeios de mensagens de amor espalhadas nas redes sociais, nos outdoors, e evitar ir ao shopping, à floricultura, às docerias!...
O dia (comercial) dos/as namorados/as poderia ser um dia (não tão comercial) para festejar o encontro de pessoas, mas que este não ficasse restrito aos pares de namorados/as porque, na prática, as relações são muito mais do que esse rótulo e começam consigo mesmo: com o amor próprio. Os festejos poderiam se estendem para as diversas redes de pessoas que fazem bem umas às outras. À todas as formas de amar. Sem rótulos. Sem obrigação de comprar algo para demonstrar afeto. Simplesmente, expressando o amor que, como diz Dijavan, "não cabe em si". 



sábado, 18 de maio de 2013

A solteirice em Congressos no Nordeste (2013)

Este mês o estudo sobre solteirice foi divulgado em congressos, como uma forma de compartilhar os resultados da pesquisa e contribuir para reflexões sobre a temática.

8ºCongresso Norte-Nordeste de Psicologia, 2013, Fortaleza- Ceará

Mesa Redonda: Discussões de gênero na Psicologia. O que te toca? Contribuições para formação profissional - Darlane Andrade, Helena Miranda, Rosângela Castro - GT Relações de Gênero e Psicologia/ CRP03

fala: "A solteirice em Salvador: contribuições para os estudos de gênero na Psicologia"

                     


Comunicação Oral: "Desvelando a solteirice: reconfigurando as relações de gênero em novos estilos de vida" 




IV Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeryBrasil. Faculdade Ruy Barbosa - Salvador, Bahia

Comunicação oral: "Solteiros(as) desesperados(as): representações da solteirice na mídia em Salvador" 






Equipe: Keise Aguiar, Darlane Andrade, Maiane Sauer, Felipe Melo

III Enlaçando Sexualidades - Uneb, Salvador, Bahia / Enlace 11 – Gerações: Infância, Juventude, Adultez e Velhice
Comunicação oral: "A solteirice vivenciada por adultos/as em Salvador"

Links para os eventos:
Congresso Norte-Nordeste de Psicologia: http://www.conpsi.org.br/category/noticias/