segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Vida de solteiro(a) em Salvador

O Programa Rede Bahia Revista exibiu uma série de reportagens sobre a vida de solteiros(as) em Salvador. Colaborei com as reportagens falando um pouco sobre meu estudo de tese.

As reportagens retratam a solteirice como um estilo de vida, cheio de possibilidades, tal como venho observando em meus estudos. A organização do espaço individual, os costumes no lazer, a prática de esporte, as viagens e as paqueras - reais e virtuais, são alguns dos elementos presentes neste estilo de vida. O consumo está envolto neste modo de viver também porque viver só tem um custo e o mercado - claro - está de olho nesta parcela da população, oferecendo serviços de alimentação, lazer, moradia e uso de tecnologias da comunicação. 

Confira as reportagens no site do Rede Bahia Revista:


"Agências de viagens preparam excursões para atender ao público dos solteiros" (20/10/13)







"Mulheres e homens baianos falam sobre como é ser solteiro em Salvador" (03/11/2013)





quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Mensagem no dia dos/as solteiros/as: 15 de agosto; Message in this Singles Day, 15th of August

Neste dia dos solteiros/as, compartilho uma frase que gosto muito e que demonstra um pouco como foi fazer uma pesquisa sobre a solteirice em Salvador!


"Até aqui, buscando 'tirar o véu', como uma metáfora que suscita olhar a 'solteirice' para além da condição de não ser casado/a, mas como uma condição que traz elementos próprios nos modos de se vivenciá-la, pretendi trazer a tona uma temática social que a tanto me é particular e é particular a tantas pessoas que vivem só – solteiras e morando sozinhas – que desfrutam desta condição como reflexo de conquista de autonomia, liberdade, independência, privacidade, e que aprendem sobre si mesmas, estando sós, mas também com as diversas pessoas que fazem parte das suas redes de sociabilidade. Assim, a liberdade de estar sozinha/o e de estar também com as pessoas, caracteriza a 'solteirice' dando-lhe uma dinâmica própria" (ANDRADE, 2012, p. 268)


Today is single people´s day in Brazil. I am sharing here a phrase that I like very much. It is a brief notion of how was to make a research about singleness in Salvador!


"Doing this thesis, I sought to 'take off the veil', as a metaphor that invites us to look to the 'singleness' beyond the condition of who is not marriage, but as a condition that brings some specific elements  related to the way that this condition can be lived. I intended to bring this social theme that is so particular to me and to many people that lives alonesingle and living alonethat enjoy this condition as a reflex of authonomy, freedom, independency and privacy achievements. In addition, it talks about people that learn about themselves not only when they are alone, but also when they are with their social network. To conclude, the freedom of being alone, and also with other people, is what characterizes the singleness, giving it a dynamic that is unique". (ANDRADE, 2012) 


Encounters - talking about singleness in Manchester


Encounters was the name of a Seminar that took place at The University of Manchester in July, 2013. Part of my research about singleness in Salvador was presented, what was so greatful because I could go back to this University where I spent some months as a visitor student in 2011 to work on my thesis. 


Participates of the Session: Intimate Encounters 

Abstract:

The “singleness” in Salvador: unveiling practices and meanings among middle-class adults in Salvador


This PhD research sought to understand the phenomenon of “singleness” in contemporary, specifically in Salvador, Brazil, through experiences and constructions of meanings about the condition of being adult middle class single men and women living alone. The study was based on interdisciplinary discussions about the changes in Personal Life, in gender relations, on relationships and in lifestyles in urban contexts that were useful to think about the new meanings and practices among singleness. The research used feminist epistemology and gender as the main category chosen to analyze data; it adopted mixed methods with qualitative and quantitative devices: focus groups were realized with four women and three men as participants; structured questionnaire were responded by 76 people; field observations were taken place in leisure spaces in the city; bibliography interviews guided by the life grid and diaries were conducted with a subsample of six participants. Their ages varied between 30 to 60 years old, all of them were graduated, living in middle and high class neighborhood in Salvador, and classified as belonging to A/B social class. The construction of data and the dialogue with the literature allowed mainly to reconstruct the concept of singleness according to its dimensions of civil state, lifestyle and loneliness, having freedom as the main dimension, at the same time as the element that connects all the dimensions and the most important meaning of singleness. How men and women constructed their practices among these dimensions of singleness as part of their personal life, will be presented here.


To know more about the Seminar, access the link: 
http://www.socialsciences.manchester.ac.uk/morgancentre/events/2012-13/encounters/index.html

Special thanks to Maiane, Keise, Felipe and all psychologist students at Ruy Barbosa Faculty, that are and were part of the Experience Program "Studying about single people´s lifestyle in Salvador" that helped me with the research!



domingo, 30 de junho de 2013

Meanings of singleness in Salvador media

This is a tv report about singleness in Salvador, showing how the media still focus on the representation that single people are desperate as they seek to find a partner; it also shows gender diferences in the way people in a leisure space in Salvador speak about singleness. 


We used this video to present a paper about singleness in the media in Salvador, in a Seminar at the Ruy Barbosa Faculty, this year.



 

To visualize the subtitles in English, just activate the Subtitles on Youtube.

domingo, 9 de junho de 2013

TVE Debate - O amor e as novas relações

O TVE Debate de ontem exibiu um debate sobre o amor e novas relações, em um programa especial para o dia dos namorados. Opiniões diferentes sobre o tema marcaram a conversa, mesclada com depoimentos interessantes de pessoas que foram entrevistadas em diversos locais em Salvador. Segue a chamada do programa e o link do mesmo, onde ficam disponíveis vários debates interessantes sobre temas atuais!

"Doze de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, é comemorado o Dia dos Namorados no Brasil. E o TVE Debate deste sábado (08), às 21h30, quer saber: o que mudou nas relações amorosas com o passar das gerações? Como a sociedade reflete o amor hoje?

Para essas e outras questões, o TVE Debate faz uma homenagem aos românticos e convida a psicóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher da UFBA Darlane Andrade, o sociólogo Antônio Mateus e a ginecologista e sexóloga Mari Celeste para falar sobre o amor e as novas relações.

Darlane Andrade conta que, na época de nossos avós e bisavós, era estranha a ideia de casar por amor. As uniões estavam vinculadas às questões financeiras e ao status trazido com os nomes de família, por exemplo. “O amor é uma construção social. A forma como a gente vai demonstrar esse sentimento tem tudo a ver com a forma com que a sociedade também lê esse sentimento e as funções desse amor pra sociedade”, explica a psicóloga. A médica Mari Celeste defende: “Em relação ao amor, acho que o amor vai se construindo”.

O TVE Debate, sob o comando de Aline Castelo Branco, tem novo dia de exibição até novembro: aos sábados, às 21h30.
Navegue no nosso Portal e assista a programação da TVE Bahia ao vivo". Clique aqui.

Fonte: http://www.irdeb.ba.gov.br/destaques-tve/11042-debate-amor-relacoes

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sobre a solteirice... na época dos/as namorados/as

Ao se aproximar o dia dos/as namorados/as, começam os bombardeios de propagandas incentivando a troca de presentes entre casais: de namorados, os casados, também entre os amantes, ficantes, os casos e outras configurações de pares. Um presente simbolizando o amor e afeto entre as pessoas. Neste caso, somente entre os (vários tipos de) casais ou quem esteja em par (ou trio, quarteto... – por que não?). Em outras culturas no dia dos/as namorados/as a troca de presentes pode se estender às pessoas em seus ciclos de amizades e a familiares, porque o que se celebra é o amor entre elas. No entanto, no Brasil, é Santo Antônio, o santo casamenteiro, quem, neste início de junho, é  o símbolo principal da demonstração de afeto entre os pares amorosos; a  celebração do amor de quem está em par. E quem não o tem um par, sugere-se que procure. E haja pedidos para o Santo!
A cultura do par é muito forte em nossa sociedade. A alma gêmea, a metade da laranja, ou ter alguém (ou alguéns) para não se andar só... uma companhia, uma parceira para compartilhar os momentos bons e ruins da vida, para compartilhar o prazer e a dor, a alegria e a tristeza. Alguém(ns) que tenha(m) gostos parecidos, ou que se complementem por serem tão diferentes – um Eduardo e uma Mônica (como bem descreveu Renato Russo), por exemplo. E a lista de possibilidades e expectativas pode crescer ainda mais porque as exigências têm aumentado: ser uma pessoa amável, carinhosa, que tenha pegada, que seja alegre, divertida, que seja independente financeiramente e emocionalmente (principalmente da mãe), que atenda as necessidades (e fantasias) sexuais, dentre outras tantas expectativas.
Essas expectativas se somam à norma contemporânea das relações quando estas se estabelecem em um contexto onde o fator econômico ou a união entre duas famílias não são mais regras a serem seguidas. Aliás, nem há mais uma regra a ser seguida. Isto porque em um contexto caracterizado pela democracia, as pessoas possuem a liberdade de escolher com quem elas querem se relacionar, quando e como (dentro de muitas limitações em função das posições de classe social, gênero, raça/etnia, orientação sexual, etc., que as pessoas vão ocupar). Neste cenário, as relações se configuram por diversos fatores, dentre eles, ganha destaque o amor. Este sentimento agora não é mais romantizado no sentido de um amor platônico, inalcançável, porque agora o amor como um sentimento pela outra pessoa pode ser concretizado e inclui o ingrediente sexual para dar mais tempero às relações.
E os/as solteiros/as nesse contexto do amor, do sexo e dos afetos nas proximidades do dia dos/as namorados/as? Especialmente aqueles/as que não têm namorado/a ou outro tipo de relação que caiba a troca de presentes e atenda esse ideal de uma sociedade de consumo?
Em meus estudos sobre a solteirice em Salvador, os/as participantes falaram sobre o fato de estar fora de uma condição de ter um par, e nessas falas, assim como as de outros estudos sobre o tema, também percebi como ainda a cultura do par e qualquer tipo de parceria que possa ser nominada, ou seja, padronizada – que ganha visibilidade no dia dos/as namorados/as – ainda é muito presente. Esta cultura é sentida por quem está fora dela, que comumente é bombardeado/a por comentários como: “está sozinha/o, por quê?”, “tão bonita/o e inteligente, por que não casou?”, “você vai encontrar uma pessoa para te tirar dessa vida de farra”, dentre outras frases “bem intencionadas”.
Os contrapontos – os contradiscursos e práticas contrárias às normas – vão tirar da obrigatoriedade de realizar o gesto simbólico – e capitalista – de reconhecer-se pertencendo à cultura dos casais, pelo gesto de dar e receber presentes. Solteiros/as sem namorados/as não precisam trocar presentes. Quem incorpora a solteirice como um estilo de vida e se sente bem nesta condição, desfrutando de tudo que há de positivo nela – que, no meu estudo, se resume à liberdade proporcionada pela vida de solteiro/a - talvez não se sinta incomodado/a com o dia dos/as namorados/as, tal como muitos/as dos/as participantes que afirmaram estarem satisfeitos/as com sua solteirice. Essas pessoas podem, então (evitando filas de motéis e restaurantes lotados de casais), se sentir à vontade para sair nos bares e boates da cidade para se divertir com os/as amigos/as, ou ficar em casa na companhia de quem quiser; inclusive sozinhos/as.
Outros/as solteiros/as podem se sentir muito excluídos/as por não terem “alguém pra chamar de seu” (como se as pessoas precisassem tomar posse do outro), por não receberem presentes no 12 de junho e podem até se sentirem incapazes de encontrar alguém... Dentre as diversas pessoas que participaram dos meus estudos, encontrei uma mulher muito religiosa (na época da pesquisa do Mestrado, em 2007), que se queixou de estar sozinha, mas nos estudos posteriores, não ouvi queixas sobre estar sem um par. O que observei, contudo, foi que, para quem não se sente à vontade nesta condição de solteiro/a sem par, parece que, no dia dos/as namorados/as o ideal é se proteger dos bombardeios de mensagens de amor espalhadas nas redes sociais, nos outdoors, e evitar ir ao shopping, à floricultura, às docerias!...
O dia (comercial) dos/as namorados/as poderia ser um dia (não tão comercial) para festejar o encontro de pessoas, mas que este não ficasse restrito aos pares de namorados/as porque, na prática, as relações são muito mais do que esse rótulo e começam consigo mesmo: com o amor próprio. Os festejos poderiam se estendem para as diversas redes de pessoas que fazem bem umas às outras. À todas as formas de amar. Sem rótulos. Sem obrigação de comprar algo para demonstrar afeto. Simplesmente, expressando o amor que, como diz Dijavan, "não cabe em si". 



sábado, 18 de maio de 2013

A solteirice em Congressos no Nordeste (2013)

Este mês o estudo sobre solteirice foi divulgado em congressos, como uma forma de compartilhar os resultados da pesquisa e contribuir para reflexões sobre a temática.

8ºCongresso Norte-Nordeste de Psicologia, 2013, Fortaleza- Ceará

Mesa Redonda: Discussões de gênero na Psicologia. O que te toca? Contribuições para formação profissional - Darlane Andrade, Helena Miranda, Rosângela Castro - GT Relações de Gênero e Psicologia/ CRP03

fala: "A solteirice em Salvador: contribuições para os estudos de gênero na Psicologia"

                     


Comunicação Oral: "Desvelando a solteirice: reconfigurando as relações de gênero em novos estilos de vida" 




IV Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeryBrasil. Faculdade Ruy Barbosa - Salvador, Bahia

Comunicação oral: "Solteiros(as) desesperados(as): representações da solteirice na mídia em Salvador" 






Equipe: Keise Aguiar, Darlane Andrade, Maiane Sauer, Felipe Melo

III Enlaçando Sexualidades - Uneb, Salvador, Bahia / Enlace 11 – Gerações: Infância, Juventude, Adultez e Velhice
Comunicação oral: "A solteirice vivenciada por adultos/as em Salvador"

Links para os eventos:
Congresso Norte-Nordeste de Psicologia: http://www.conpsi.org.br/category/noticias/

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Reportagens sobre solteiros/as morando sozinhos/as no Brasil


Reportagem: “Eles moram sozinhos e estão transformando nossas cidades”
Keise Fernanda Aguiar*

"O número de pessoas que vivem só cresceu 80% nos últimos anos. Elas frequentam mais bares, restaurantes e espaços públicos e estão ajudando a revitalizar a vida urbana".


A reportagem “Eles moram sozinhos e estão transformando nossas cidades”, da revista Galileu, escrito por Rafael Tonon, veiculado em 2012, visava o público jovem-adulto de pessoas solteiras. Esta reportagem trata sobre a importância que as pessoas que moram sozinhas têm na sociedade, o que costumam fazer e como elas vivem sem companhias.
De acordo com a reportagem, as pessoas que vivem sozinhas, tanto homens quanto mulheres, frequentam mais os lugares sociais, como bares, restaurantes e espaços públicos e aproveitam muito bem o seu dia a dia, trazendo benefícios pessoais e coletivos. As pessoas solteiras têm muito mais liberdade e são vistas como pessoas independentes financeiramente, o que possibilita viverem sozinhas, sem nenhum tipo de companhia para dividir as contas.
       É apontado também que apesar de viverem sozinhos/as, eles/as não são solitários/as, pelo contrário, esse estilo de vida estimula a interação social, já que eles passam mais tempo com amigos, vizinhos e familiares, além de estarem criando uma rede social maior de relações, pessoais e profissionais por meio da tecnologia de comunicação.


*Estudante de Psicologia da Faculdade Ruy Barbosa; Integrante do PEX Estudo sobre estilo de vida de solteiros/as, coordenado pela professora Darlane Andrade.


Reportagem: “Brasil, Um País De Solteiros”

Maiane Santos Sauer*

 

"Pesquisa por Amostra por Domicílios (Pnad) mostra que 48,1% da população se declara solteira. Entre 2009 e 2011, 800 mil pessoas passaram a morar sozinhas"


A notícia a ser apresentada “Brasil, um país de solteiros”, foi redigida por Pollyane Lima e Silva e Cecília Ritto, no Rio de Janeiro, em 21/09/2012 - encontrada no Acervo Digital Revista Veja, no site da Editora Abril. A reportagem visa o público adulto que está ou planeja aderir a uma vida independente, tendo um dos facilitadores a sua inserção no mercado de trabalho.
A reportagem aborda uma pesquisa realizada pela Pnad, que aponta como a população de pessoas solteiras cresce a cada ano, discutindo também que os jovens estão ingressando cedo no mercado de trabalho e já procurando os famosos “lofts, kitnets, quartos-sala” para morarem porque buscam um espaço compacto e acessível para suas necessidades de solteiros.
A reportagem discute ainda, que as pessoas solteiras, moram sozinhas, mas não deixam de “viver” sozinhas, pois realizam festas, encontros entre amigos, filmes, jogos, e precisam de uma comodidade para receberem seus convidados; logo, o mito da solidão entre os solteiros é algo que está sendo desconstruído.
Outro fator importante citado na reportagem é de que as marcas multinacionais estão se estruturando para atraírem os/as consumidores/as solteiros/as (que vivem sozinhos/as) que certamente aumentarão seus lucros, pois esta população tem crescido a cada ano, e mostra que a economia brasileira está em desenvolvimento.

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*Estudante de Psicologia da Faculdade Ruy Barbosa; Integrante do PEX Estudo sobre Estilo de Vida de Solteiros/as em Salvador, coordenado pela professora Darlane Andrade.




quarta-feira, 24 de abril de 2013

Solteiros(as) desesperados(as)

Solteiros(as) desesperados(as):representações da solteirice na mídia em Salvador, é o título de um trabalho a ser apresentado na Mostra Científica na Faculdade Ruy Barbosa em Salvador, em maio de 2013, analisando a seguinte reportagem:

Video editado pela equipe. Fonte:
http://g1.globo.com/videos/bahia/bahia-meio-dia/t/edicoes/v/adriana-birolli-fala-sobre-espetaculo-manual-pratico-da-mulher-desesperada/2502482/



Resumo:  Esta comunicação visa apresentar o tema “solteirice na mídia”, que vem sido abordado no Programa de Experiência (PEX) “Estudo sobre estilo de vida de solteiros/as em Salvador”. Este programa agrega participação de estudantes de psicologia em iniciação científica, que colaboram para a construção de novos dados e análises a partir do estudo de tese sobre a “Solteirice em Salvador” defendida pela professora Darlane Andrade (no PPGNEIM/UFBA, em 2012). Dentre as atividades desenvolvidas neste PEX foi realizada análise de uma reportagem veiculada em telejornal local (Bahia Meio Dia, em 06/04/2013) sobre o tema da solteirice, com objetivo de discutir quais as representações sobre as pessoas solteiras estão sendo construídas. A metodologia utilizada foi a análise crítica do discurso, que colabora para um estudo detalhado do conteúdo referente ao material audiovisual, atentando para o contexto de produção do mesmo, bem como para as ideologias veiculadas. A discussão de gênero foi utilizada na análise, observando diferenças nas falas de homens e mulheres (entrevistados na reportagem) que relataram suas opiniões sobre a solteirice, bem como a forma com que o tema foi tratado pelo emissor (o material produzido pelo telejornal). Observamos que o discurso que prevaleceu neste material foi o do “desespero” de homens e mulheres sem par conjugal, o que carrega em si vestígios de representações heteronormativas que limitam a experiência da solteirice para a busca de parceiros/as. Essa imagem de “desespero” dos/as solteiros/as dialoga com perspectivas de estudos sobre gênero e mídia em que se tem observado um retorno à ideologia de um modelo de família tradicional que se contrapõe às práticas sociais no campo da intimidade, que, por sua vez, têm sido cada vez mais diversificadas. O olhar para a temática da solteirice e as suas representações na mídia colabora para reflexões dentro da psicologia acerca das produções de subjetividade e a necessidade de incluir o tema da diversidade dos modos de viver e de se relacionar no contexto urbano. Palavras- chave: solteirice, mídia, gênero, psicologia
Equipe: Felipe Melo Souza Santos, Juliana Meira Tanajura, Priscila Alcântara do Nascimento,Yanna  Nunes de Araújo, Bárbara Leal Oliveira, Maiane Santos Sauer, Keise Fernanda Aguiar Rocha de Souza - Estudantes de Psicologia da Faculdade Ruy Barbosa; Supervisora: Profa. Darlane Andrade







sexta-feira, 5 de abril de 2013

Escrever uma tese...

Escrever uma tese sobre a solteirice não foi somente um exercício acadêmico feito para atender as exigências necessárias para receber uma titulação. Escrever uma tese sobre a solteirice foi também um ato político e sobretudo um ato de amor. 


Um ato político pela relevância social do tema, que traçou críticas às normas sociais hegemônicas e deu visibilidade às práticas cotidianas que por muito tempo ficaram à margem da sociedade, estigmatizando e até patologizando quem não seguia a normativa do casamento. 

Escrever esta tese foi um ato de amor pela  produção do conhecimento, pela temática, por toda dinâmica que envolve estar envolta da vida acadêmica em uma Universidade pública e pelos encontros possíveis (e felizes) neste local. Sem amor, talvez eu não me dedicasse tanto e não tivesse força para superar os desafios e chegar a este final.

Deixo aqui registrado o momento de entrega das versões da tese que estará disponível nas bibliotecas da Universidade Federal da Bahia e em breve, na biblioteca virtual (postarei o link).





quarta-feira, 3 de abril de 2013

Get Quirky!

A norte americana Sasha Cagen escreveu o livro "Quirkyalone: A Manifest for Uncompromising Romantics" retratando o lado positivo de se estar sozinho/a, desde que a pessoa desfrute desta condição. Em seu blog, divulga reflexões, cursos, experiências de pessoas solteiras que adotam uma perspectiva positiva quanto à solteirice. De um modo interessante, por apontar críticas a obrigatoriedade de se estar em par/casal, promove a auto-satisfação e busca de relações afetivas mais espontâneas e que tragam também a satisfação de estar junto. 

No mês de fevereiro, quando se comemora o "Valentine´s Day", Sasha promoveu a construção de cartões que valorizem os solteiros e solteiras, e de todas as formas de relações. Também promoveu encontro de pessoas para compartilhar da alegria de estar solteiro/a. 


A iniciativa da autora de dar visibilidade à solteirice, no dia dos namorados tem ganhado adeptos nos Estados Unidos e em diversos países, contudo, no Brasil não  parece atingir a grande massa - porque para isso precisaria de um movimento muito maior - que recebe mensagens midiáticas cotidianas reforçando uma cultura (ainda hegemônica) de casais.

Espero que o movimento dos Quirky´s se espalhe e ganhe força para valorização das diversidades de modos de ser e de viver. Isto porque, nas práticas sociais, essa diversidade é realidade (!!!)

Para conhecer o trabalho de Sasha Cagen, visite site: http://sashacagen.com/

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Morar só é uma das tendências para um futuro próximo


Rportagem da Isto É desta semana aponta tendências para um futuro próximo e dentre elas, morar sozinho, ganha destaque:


"1 - Morar Sozinho
Sozinho em um apartamento. Assim viverá grande parcela da população mundial nas próximas décadas, de acordo com os analistas de tendências. A largada foi dada pelos países mais ricos, em especial os localizados na península escandinava. Ali estão os três com mais moradores avulsos do mundo: Noruega, Finlândia e Dinamarca – em todos, mais de um terço das casas tem um só habitante. No Brasil, o fenômeno ainda desponta, mas com bastante vigor. Entre o censo de 2000 e o de 2010, o número total de moradias com um só habitante subiu 41%. Hoje são cerca de sete milhões de casas de sozinhos. A equação que explica o fenômeno, seja aqui, seja na Noruega, tem em sua base três fatores comuns. “São eles a estabilidade econômica, a independência feminina e a revolução da comunicação”, disse à ISTOÉ Eric Klinenberg, pesquisador da Universidade de Nova York e autor do livro “Vivendo Sozinho” (tradução livre, Editora Penguin, 2012). Nesse somatório, explica Klinenberg, cada elemento influencia a seu modo. O dinheiro é fundamental para pagar os custos, que são maiores. A independência feminina permitiu às mulheres bancar um estilo de vida independente, tornando-as parcela significativa dessa população. E os meios de comunicação facilitam a convivência, evitando que os sozinhos se tornem solitários." 


A reportagem ainda cita a praticidade do cotidiano das moradias mais compactas, dos alimentos com prazos de validade estendidos, o costume de ter diaristas substituindo as empregadas domésticas, o uso de formas de pagamento virtuais, a continuidade da presença das redes sociais para manutenção de relacionamentos, o envelhecimento e os cuidados com a saúde (que serão personalizados).



No estudo de tese sobre a "solteirice" em Salvador, estas tendências se mostram já presentes quando solteiros que moram sozinhos/as nesta capital apontam a presença da praticidade em suas rotinas e reformulam noções de que estar só significa ser solitário. Ao contrário. Assim como também discute Klinenberg e outros estudiosos e estudiosas da área, a vida de solteiro/a é recheada de encontros e contatos que são facilitados pelas tecnologias de comunicação.