sábado, 17 de dezembro de 2016

Pesquisa sobre o uso de Aplicativos de Paquera por solteiros/as de Salvador (PIBIC - 2016-2017)

A pesquisa A solteirice em estudo: o uso de tecnologias da comunicação por solteiros/as em Salvador (PIBIC/UFBA - 2016-2017), coordenada pela Profa. Dra. Darlane S. V. Andrade (NEIM/UFBA), tem como finalidade explorar e conhecer opiniões e práticas em torno da sexualidade de solteiros/as, mediadas por aplicativos para smartphones, tais como Tinder, Happn, Grindr, Scruff e Hornet, que são utilizados com esta finalidade por homens e mulheres adultos/as, solteiros/as, de diferentes orientações sexuais, residindo em Salvador. O estudo objetiva também identificar as práticas em torno da sexualidade, modos de vida e redes de relações de pessoas adultas solteiras, em contexto de classe média urbana. Este estudo se fundamenta em uma perspectiva analítica interdisciplinar e feminista das relações de gênero, tendo a categoria gênero como a principal utilizada para análise dos dados, vista de forma interseccional com as de sexualidade/orientação sexual, raça/etnia, idade/geração e classe social (de modo específico, a classe média urbana).  
A pesquisa utiliza uma metodologia qualitativa, tendo entrevistas e observações de campo (em ambiente virtual, baseada na netnografia), como instrumentos. Para a construção dos dados, estão sendo realizadas entrevistas semi-estruturadas através de chats nos aplicativos, e observações in locus acerca do funcionamento do Tinder, Happn, Grindr, Scruff e Hornet e das dinâmicas de apresentação das pessoas nos perfis e modos de interação com algumas destas.
O estudo teve início em julho de 2016 e a equipe de pesquisa tem feito leituras e fichamentos de textos sobre netnografia, cibercultura, uso de aplicativos para paquera, sexualidade e solteirice, para fundamentar as análises dos dados. Até o momento, foram realizadas 91 entrevistas nos aplicativos com solteiros/as heterossexuais e LGBT's (lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans), e foi realizada uma entrevista piloto, presencialmente. Após a análise dos dados já coletados, iniciaremos a segunda etapa do estudo com realização de entrevistas para um aprofundamento das principais questões da pesquisa.

A equipe de pesquisa é composta por: Darlane Andrade - Coordenadora, Marcos Guedes e Aliane Lima - Bolsistas PIBIC e Aline Vilas Boas e Mariana Monteiro - Voluntárias.

Interessados(as) em colaborar com o estudo, enviar email para pesquisa.solteirice@gmail.com.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"Fluidez dos relacionamentos implica em definição de novas regras"

As regras envolvendo os relacionamentos atuais foi tema de reportagem de Juliana Rodrigues e Laís Andrade para o "Impressão digital" da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia - FACOM/UFBA. A professora Darlane Andrade colaborou com a reportagem, discutindo a fluidez das regras nas relações atuais e a importância da discussão de gênero para análise do tema. 

Segue um trecho da reportagem: 

"Esses questionamentos das formas de se relacionar chegaram até à academia. Na obra Amor Líquido, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman relaciona a “fluidez” dos relacionamentos pós-modernos com a lógica da mercadoria, que passou a ter proeminência com o advento do capitalismo global. A psicanalista Eunice Tabacof demonstra concordar com o pensamento de Bauman. “Eu acho que existe uma liquidez na sociedade de maneira geral, uma liquidez nos valores, na própria forma como o mundo se desenha, uma insegurança global sobre o estar no mundo”, afirma.


Darlane Andrade, psicóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim-Ufba), também considera que as transformações sociais das últimas décadas tiveram influência direta sobre as formas de relacionamento: “Devido a muitas mudanças sociais, históricas, culturais, econômicas e ao movimento feminista, que trouxe mudanças principalmente na sexualidade e nos papéis de gênero, a gente percebe que hoje a regra da fidelidade sofreu grandes transformações. A fidelidade maior hoje é a fidelidade ao seu desejo, e esse desejo vai nortear as escolhas para o tipo de relação que se tem”.

A pesquisadora aponta que um importante elemento das relações pós-modernas é a comunicação. Segundo Darlane, no modelo de família nuclear e patriarcal as regras já estavam pré-estabelecidas, enquanto nos dias de hoje é possível observar que as normas de cada relacionamento são uma construção mútua. “Historicamente, uma pessoa diz que está namorando com a outra quando essa relação envolve um sentimento de desejo sexual, amor, mas envolve também a questão da fidelidade. Mas se a gente for esmiuçar a relação de namoro, por exemplo, tem casais de namorados que têm a prática de troca de casais. Então, a fidelidade não é tradicional”, explica.
No entanto, para ambas as especialistas, não se pode generalizar a atual situação dos relacionamentos. Eunice considera, por exemplo, que em classes sociais mais altas ainda há a forte presença de valores tradicionais e lógicas de manutenção do patrimônio. Já Darlane acredita que a generalização é a principal falha do pensamento de autores como Bauman:

“Eles não trazem especificidades dos contextos. Seria o caso de olhar pra esses marcadores: gênero, raça, classe, pensando no local onde essas relações acontecem. Se eles falam de uma flexibilização eles estão falando também de um contexto específico. E no contexto local a gente tem que observar que nem todas as relações são tão fluidas, líquidas, assim. Tem muitas convenções que ainda perduram na nossa sociedade”."

Confira a reportagem completa em: http://impressaodigital126.com.br/?p=30900


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Sobre o dia do Sexo e Apps

No último dia 6 de setembro foi comemorado o dia do sexo no Brasil. Esta data é celebrada desde 2008, a partir de uma estratégia de marketing da marca de preservativos Olla. Desde então, a Olla promove campanhas para oficializar a data no calendário. 

Como falar de solteirice é também falar de sexo, os/as bolsista PIBIC/UFBA, Aliane e Marcos escreveram um textinho para refletir sobre o tema a partir do que temos estudado agora: o uso de aplicativos de paquera por solteiros/as em Salvador.


Sobre Sexo e Apps
(por Aliane Lima)

Como diz a musica de Rita Lee “Amor e Sexo”: Amor é um livro, Sexo é esporte. Sexo é escolha, Amor é sorte. Amor é pensamento, teorema. Amor é novela, sexo é cinema. Sexo é imaginação, fantasia. Amor é prosa, Sexo é poesia... Na música, sexo e amor são representados como dicotômicos, onde o amor remete a algo duradouro, não pode ser escolhido, enquanto o sexo é transitório e depende da imaginação das pessoas, das suas fantasias, e é necessário que haja atração física para acontecer. Sexo é algo momentâneo, intenso... É o momento de sentir e dar prazer.

O sexo é falado, vivido, sentido, teorizado, e pode ser experienciado sem tantos pudores e de modo imediato, sem necessariamente estar vinculado ao amor. Em tempos de desenvolvimento das tecnologias de comunicação, o sexo também pode ser virtual ou do virtual, passar para o real. A busca do sentimento de satisfação desses prazeres momentâneos que o sexo pode proporcionar, pode ser alcançada utilizando os aplicativos de paquera pelos solteiros (as) disponíveis para serem acessados via smartphones, como por exemplo, o Tinder, Happn, Grindr, entre outros.

Navegando nestes aplicativos, jogos de sedução podem ser observados, posturas de homens e mulheres que expressam seus desejos e fantasias desde seus lugares de homossexuais, hetero ou bissexuais. O que tenho observado no período de uso de aplicativos por solteiros(as) em Salvador, para fins de pesquisa, foram mulheres heterossexuais mostrando atitude na investida sexual, propondo encontros e permitindo viver sua sexualidade sem silenciar os seus desejos, as suas vontades, apesar da sociedade machista que vivemos querer calar a voz das mulheres.


Tá procurando o quê?

(por Marcos Guedes)

Essa é uma das perguntas mais freqüentes feitas pelas pessoas que utilizam aplicativos de paquera. É assim mesmo: invasiva, veloz e divisora de águas.

Se você é fã de flerte às antigas, um aplicativo de paquera talvez não seja o melhor lugar para colher galanteios. É bem mais provável você se deparar com um abrupto “qual a cor da calcinha que você tá usando” / “manda nudes” que um polido “boa noite” / “olá”. Porém, se por ventura você for exceção e encontrar alguém que elogie seu sorriso antes de te convidar pra transar: abrace e proteja essa pessoa.

Sem susto. É assim mesmo, repito. É que os atuais apps de paqueras possuem um contingente enorme de experientes e impacientes membros/as das precursoras salas +18 de bate-papos virtuais, acostumados/as com live cam e masturbação após cinco minutos de chat privado. Quem já é veterano/a no uso desses aplicativos não tem mais disposição pra seduzir e quem está chegando inevitavelmente percebe que perder tempo com diálogos fáticos é sinônimo de ir pro fim da fila.

Convencionou-se, então, nesses recém ambientes de paquera (e o layout e as funções dos aplicativos em questão colaboram e muito!) uma abordagem estritamente pragmática e, sobretudo, mercadológica. Para corroborar essa minha afirmação, experimentemos analisar aplicativos de paqueras como vitrines. 

Seu corpo é o produto de venda, o aplicativo é o catálogo.

o/a cliente se depara com um variado cardápio de opções e escolhe/consome o que, obviamente, melhor corresponde com suas necessidades – geralmente momentâneas: é asiático (curti!), é gorda (curti!), é tatuado (não curti!), é loira (curti!), usa aparelho dental (não curti!), é malhado (curti!), é mais velha (curti!), é peludo (não curti!).

Do outro lado da tela teremos também das mais diversas descrições (“amo a natureza”, “sou médica”), contra indicações (“tenho filhos”, “sou fumante”), advertências (“sou capricorniana”, “não gosto de gatos”), modos de usar (“gosto que me tratem com carinho”, “adoro sexo selvagem”) e até a validade de oferta dos “produtos” (“sou turista, viajo na quarta”).

O/a mais resoluto/a, aquele/a que melhor fizer merchandising de si, ganha o precioso like e com alguma sorte até transa no fim de semana.

Enfim, nos aplicativos de paquera tudo é estratégia-meio para um fim-sexo – às vezes até aquele/a usuário/a errante, que começou a conversa com uma saudação agradável, queria na verdade angariar um público que ainda não desacostumou com afeto. Sim, ainda que algum/a freguês/a apareça nessa loja na esperança de encontrar o amor da sua vida, sua intenção final será transar com outrem.

Afinal, se você só quer companhia pra aplaudir o sol de forma descompromissada, melhor nem sair do Facebook.

E se você sequer sabe o que tá procurando, é melhor voltar pro barzinho.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Retratos da solteirice, neste 15 de agosto

Neste dia 15 de agosto comemora-se o dia das pessoas solteiras. A solteirice como uma condição experienciada por quem está solteiro/a, tem sido estudada com intuito de dar visibilidade a esta condição que, apesar de ganhar uma conotação mais positiva na sociedade, ainda enfrenta desafios em uma "cultura de casais". 

O estudo mais recente sobre o tema desenvolvido na UFBA, com auxílio do PIBIC/FAPESB (2015-2016), conta com a coordenação da profa. Dra. Darlane Andrade (Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo) e com as estudantes bolsistas Aline Pinheiro, Samara Amorim e da voluntária Irani Silva (todas do curso de Psicologia da UFBA). A pesquisa objetiva conhecer as vivências socioafetivas de pessoas solteiras, pertencentes à nova classe média e que moram sozinhas em Salvador. 

Cada vez mais comum na contemporaneidade, mas ainda pouco estudada, a solteirice emerge de um conjunto de transformações de cunho social, cultural, econômico e comportamental que vem se sucedendo ao longo dos anos, impactando nas configurações das relações amorosas, familiares e nas vivências sociais em geral (ANDRADE, 2012). 

Para estudar o tema, aplicamos questionários e realizamos entrevistas com homens e mulheres solteiros/as que moram só em Salvador. A solteirice foi representada também por imagens para solteiros e solteiras entrevistadas, reportando aos aspectos da liberdade, do descompromisso e da solidão que esta condição traz para estas pessoas:


 “Você não fica catando cabelo no ralo todos os dias, você não lava o banheiro a cada 3 dias, você lava no final de semana! [...] Acho legal essa falta de compromisso até com as suas atividades de casa e pra mim representa a solteirice também”. (solteiro, 25 anos, homossexual)






“A imagem representa leveza, liberdade de movimentos, falta de pudores, um lugar que me permite flutuar e me sentir à vontade.” (solteira, 31 anos, heterossexual)






“ (a imagem) simboliza todos os julgamentos que sinto por morar só e ter mais de 30” (solteira, 32 anos, heterossexual)






As diferentes vivências da solteirice para homens e mulheres que moram sozinhos/as representa a complexidade do fenômeno, merecendo atenção em estudos acadêmicos. E o dia dos/as solteiros/as merece ser lembrado para valorização desta condição vivida por milhares de brasileiros/as!

Referência: 

ANDRADE, Darlane S.V. A “solteirice” em Salvador: desvelando práticas e sentidos entre adultos/as de classes médias. Tese. Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo. Salvador: Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2012







quinta-feira, 26 de maio de 2016

Próxima pesquisa: o uso de tecnologias da comunicação por solteiros/as em Salvador

A profa. Dra. Darlane Andrade (BEGD/NEIM/UFBA0, seleciona 2 (dois) bolsistas para atuarem no projeto contemplado no edital PROPCI/UFBA 01‐2016 – PIBIC: “A SOLTEIRICE EM ESTUDO: O USO DE TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO POR SOLTEIROS/AS EM SALVADOR”, cujo objetivo principal é explorar opiniões e práticas em torno da sexualidade mediadas por aplicativos para smartphones (como tinder, happn e grindr) com esta finalidade, utilizados por homens e mulheres solteiros/as de diferentes orientações sexuais, em Salvador. 

As inscrições serão feitas com encaminhamento dos seguintes documentos para o emaildarlane.andrade@ufba.br até o dia 29 de maio de 2016, domingo, às 8:00h da manhã:
1.Carta manifestando o interesse e as razões que a/o levam a participar do processo seletivo, além de justificar o interesse em atuar com as temáticas do projeto. Caso tenha experiência prévia com o campo dos estudos de gênero e sexualidade, apresenta-la na mesma carta. Na carta, informar: nome completo, CPF, endereço e telefone.
2. Cópia do comprovante de matrícula do semestre vigente
3. Cópia do Histórico Escolar
4. Curriculum Vitae – no modelo do CV Lattes (este pode ser enviado posteriormente, caso ainda não tenha o currículo cadastrado na plataforma).



terça-feira, 17 de maio de 2016

"Como ser solteira"



O filme Como ser Solteira (Direção: Christian Ditter, 2016, Warner) fala sobre os significados de estar solteiro para homens e mulheres, reproduzindo alguns estereótipos que geralmente são associados aos/as solteiros/as. A personagem Alice (Dakota Johnson), uma adulta jovem, após o fim do seu relacionamento, inicia uma interação com a vida de solteira em Nova Iorque, junto à sua amiga Robin (Rebel Wilson), também adulta jovem, que é uma solteira declarada, gosta de baladas, bebedeiras, sexo casual e muita curtição. Robin demonstra uma imagem da mulher solteira, sem compromisso, irresponsável e que vive na balada. Além disso, as pessoas solteiras, no filme, são retratadas como pessoas que via de regra, buscam uma parceria amorosa, deixando de priorizar outros âmbitos da vida, como o trabalho. Robin, então, irá mostrar à amiga que acabara de se separar, “como ser solteira”.
A amizade de Alice e Robin se resume, a partir daí, à farra. Robin chega a dizer que não sai com a amiga quando esta tem namorado, porque ela “fica muito chata” (sic), ou seja, elas deixam de ir à balada, que é o seu programa preferido e onde busca encontrar homens para se relacionar casualmente. Outras solteiras que aparecem no filme são Lucy e Meg (irmã de Alice). Enquanto Lucy também se encaixa nessa busca de sexo casual, Meg tem como prioridade o trabalho, e, a princípio, não pensa em formar família, mas, apesar de negar, no filme, deixa-se entender que ela nutre dentro de si o desejo de ser mãe. No decorrer da trama, este desejo que ela tenta negar, se concretiza através de inseminação artificial. Esta mesma personagem escolhe a inseminação artificial porque opta por ser uma mãe independente. No entanto, ela termina por ser relacionar com um homem, a princípio casualmente, mas a relação se torna estável. Isto porque, comumente na mídia, o “final feliz” ainda é a constituição de família.
Um dos personagens masculinos é o também solteiro Tom, que era defensor voraz da solteirice, no sentido desta condição estar relacionada ao não compromisso com as relações amorosas. Inclusive, usava estratégias para que as mulheres não se apegassem a ele, como por exemplo, não ter água e nem comida em sua casa, de modo que após um encontro, não houvesse nenhum atrativo para permanecerem juntos. Do mesmo modo que a mídia tende a mostrar que as solteiras encontram seu par, o personagem Tom também se envolve em uma relação mais duradoura.
A solteirice é colocada majoritariamente no filme como algo transitório, como um momento de imaturidade. A exceção é Robin, que não pretende deixar de ser solteira, mostra-se ativa na busca pelo prazer sexual e casual. No entanto, é a personagem mais caricaturada e estereotipada sobre o que é ser uma mulher rica, solteira e sem compromisso, e que, como os homens, busca estratégias para encontrar parceiros sexuais. Apesar de ser rica, ela mantém um “trabalho” com a intenção de encontrar potenciais pessoas para transar, além de ficar mais próxima da amiga.
O final de Alice é o que mais surpreende no filme. Apesar de, no decorrer da trama, ela se relacionar com três homens, ela percebe que renuncia as suas vontades para agradar as pessoas com quem se relaciona, a não ser com Tom, com quem manteve uma relação estritamente sexual sem a pretensão de agradá-lo. Mostra-se insegura e pouco crítica quanto às relações amorosas porque, para ela, o mais importante é ter alguém ao seu lado. Porém, ao perceber que perde a sua identidade agindo desta forma nos relacionamentos, ela escolhe ficar sozinha e passa a aproveitar melhor o fato de estar morando só e realiza atividades de seu interesse, como por exemplo, fazer atividade física, ler e conhecer lugares novos. Ela descobre que é possível estar/morar sozinha e sentir-se feliz, trazendo um possível contraponto ao discurso midiático que vincula a felicidade das mulheres ao encontro de uma parceria amorosa (estável). No entanto, algumas contradições neste discurso midiático se apresentam no filme quando Alice se reporta à solteirice como uma condição que pode ser transitória, porque uma relação/união e possível casamento pode acontecer. O que chama atenção, contudo, é o fato de que o “final feliz” desta personagem não é um final romântico, e mesmo que isto possa parecer algo temporário, parece ser significativo.  
Espera-se que os diretores repensem a relação dicotômica que é posta: ou a pessoa fixa-se no trabalho, ou se dedica aos relacionamentos, sendo que é possível unir as duas coisas e, principalmente, possam explorar mais nos filmes o aspecto da solteirice também como uma escolha ou estilo de vida e não apenas uma fase.

(Texto escrito por Aline Pinheiro, Irani Santos e Samara Amorim. Supervisão: Darlane  Andrade)



sexta-feira, 8 de abril de 2016

Apresentação de dados preliminares sobre o estudo da solteirice 2015-2016, em Seminário

O estudo sobre solteirice que está sendo desenvolvido no programa de iniciação científica da UFBA, com bolsa FAPESB, teve seus resultados preliminares apresentados no Seminário Estudantil Sementes, em 2015. 
Vivências socioafetivas de solteiros/as da nova classe média em Salvador: dados preliminares

Resumo: O objetivo principal deste estudo é identificar e conhecer práticas sociais e afetivas de homens e mulheres adultos/as, solteiros/as que moram sozinhos/as e pertencem à nova classe média em Salvador, identificando características socioeconômicas e costumes de classe, redes de relações sociais e afetivas, práticas em torno da sexualidade e projetos para o futuro, observando diferenças de gênero e orientação sexual. O fenômeno da solteirice na contemporaneidade atrelado ao aumento dos domicílios unipessoais, é resultante de um conjunto de transformações econômicas, sociais, culturais e comportamentais que vão se sucedendo ao longo do tempo, e que tem produzido variações nas vivências das pessoas, fazendo com que este fenômeno tenha múltiplos significados. O interesse em incluir as pessoas que pertencem à chamada nova classe média (classe C) como foco de estudo se dá porque pesquisas sobre a solteirice têm privilegiado as camadas médias e altas de grandes centros urbanos, portanto, as das camadas mais baixas merecem o mesmo privilégio para a compreensão de suas dinâmicas sociais. A nova classe média tem sido composta no Brasil pela parcela da população caracterizada pelo aumento da renda, o acesso à educação, ao crédito, a bens culturais e de lazer. O estudo se fundamenta em uma perspectiva analítica interdisciplinar e feminista das relações de gênero. Será utilizada uma metodologia mista, tendo questionários e entrevistas como instrumentos, tendo os dados analisados por análise de conteúdo. A proposta é acessar pessoas solteiras, de ambos os sexos, com idade entre 30 e 60 anos, que morem sozinhas e pertençam à nova classe média. Os dados dos questionários serão analisados com auxílio do programa estatístico SPSS, dialogando com dados das entrevistas biográficas a serem realizadas com pelo menos 4 sujeitos. Neste seminário serão apresentados dados acessados nos questionários até o momento, com análise do perfil socioeconômico, e do campo da afetividade: histórico das relações amorosas, práticas sexuais atuais e projetos para o futuro relacional.  


Integrantes: Darlane Silva Vieira Andrade - Coordenador / Aline Ataide Pinheiro - Integrante / Samara Santos Amorim / Irani Santos Silva  - Integrantes.

Para acesso a toda a programação do evento, clique:

Conversando sobre a solteirice

No dia 14 de agosto de 2015, dei uma entrevista para a rádio da Universidade Federal de Minas Gerais  (Rádio UFMG Educativa 104.5) dando um panorama geral sobre estudos acerca do tema e falando um pouco sobre as dimensões da solteirice para marcar o dia que se comemora a solteirice: 15 de agosto.

Entrevista com Darlane Andrade sobre a solteirice na sociedade e o dia dos(as) solteiros(as)

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Imagens da solteirice pós-moderna

O prazer de ser solteira é ilustrado por uma artista mexicana, contrapondo as visões negativas sobre a solteirice feminina: "uma mulher rodeada de gatos, desesperada ou neurótica são alguns dos preconceitos associados a este estado civil. Esta é precisamente a ideia oposta que se revela em Solteirice pós-moderna" nas ilustrações da mexicana Idalia Candelas. As imagens mostram como a solteirice pode ser prazeirosa.

Fonte:
http://cribeo.lavanguardia.com/estilo_de_vida/9549/el-placer-de-la-solteria-femenina-ilustrado-por-una-artista-mexicana-arrasa-en-la-red