sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A "Solteirice" em Salvador - Resumo da tese


Seguem resumos da tese, em 3 postagens! 

A tese estará disponível na biblioteca virtual da UFBA em breve. Postarei o link! 


ANDRADE, Darlane Silva Vieira. A “solteirice” em Salvador: desvelando práticas e sentidos entre adultos/as de classes médias. Tese (Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012

RESUMO

Esta tese buscou compreender o fenômeno da “solteirice” na contemporaneidade, especificamente na capital baiana, a partir de experiências e construções de sentidos atribuídos a esta condição para homens e mulheres adultos/as, de classe média, solteiros/as e que moram sozinhos/as em Salvador. Partindo de discussões interdisciplinares sobre as mudanças na vida pessoal, nas relações de gênero, nos relacionamentos e nos estilos de vida em contexto urbano, que colaboram para pensar os novos sentidos e práticas em torno da “solteirice”, a pesquisa fez uso da epistemologia feminista, tendo o gênero como categoria principal utilizada para a análise dos dados; adotou métodos mistos com o uso de instrumentos quantitativos e qualitativos: realizou grupos focais, dos quais participaram quatro mulheres e três homens; aplicou questionário estruturado respondido por 76 pessoas; realizou observações de campo em espaços de lazer na cidade, entrevistas biográficas guiadas pela “linha da vida” e diários, estes realizados com uma subamostra de seis participantes. Todos/as os/as participantes tinham idade variando entre 30 e 60 anos, formação universitária, eram residentes em bairros de status médio/alto em Salvador e foram classificados/as como pertencentes à classe A/B pelo Critério de Classificação Econômica Brasil. A construção dos dados e o diálogo com a literatura sobre o tema permitiu, primeiramente, a reconstrução do conceito de “solteirice” a partir das dimensões estado civil, estilo de vida e solidão, sendo a liberdade, a principal dimensão, ao mesmo tempo o elemento que interliga as outras dimensões e o mais importante significado da “solteirice”. O estudo permitiu a construção do perfil de um grupo específico de solteiros/as que moram sozinhos/as no que se refere a características socioeconômicas, vivências em torno da “solteirice” no campo relacional e sexual, nas rotinas de lazer e trabalho, e suas expectativas para o futuro, além de mapear os territórios na cidade por onde transitam especialmente no lazer, apontando que a condição de “solteirice” é vivenciada tanto dentro como fora do lar tendo a liberdade como centralidade. Por fim, permitiu observar algumas diferenças de gênero na forma com que a “solteirice” é experienciada, visto que a liberdade que é tão cara à vida de solteiro/a, tem pesos diferentes para homens e mulheres, principalmente no campo da sexualidade, haja vista a maior permissividade social para os homens exercerem o sexo fora do casamento do que para as mulheres: apesar de muitas participantes terem uma vida sexual ativa, outras se mantêm celibatárias até se engajarem em uma relação estável, mostrando que a “solteirice” expressa as mudanças e permanências na vida pessoal.

Palavras-chave: Solteirice. Morar sozinho/a. Relações de gênero. Classe média. Estilo de vida urbano.





La "Solteridad" en Salvador


ANDRADE, Darlane Silva Vieira. La “solteridad” en Salvador: develando las prácticas y los significados de los/as adultos/as de las clases medias. Tesis (Doctorado en Estudios Interdisciplinares acerca de Mujeres, Género y Feminismo). Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad Federal de Bahía, Salvador, 2012


Resumen

Esta tesis ha buscado comprender el fenómeno de la “solteridad” en la contemporaneidad, específicamente en la ciudad de Salvador de Bahía (Brasil), a partir de experiencias y construcciones de sentidos vinculados con esta condición para hombres y mujeres adultos/as, de clase media, soltero y que viven solos en Salvador. Partiendo de las discusiones interdisciplinares sobre los cambios en la vida personal, en las relaciones de género, en los relacionamientos y en los estilos de vida en un contexto urbano, que ayuda a pensar en nuevos sentidos y prácticas entorno de la “solteridad”, la investigación ha utilizado la epistemología feminista, teniendo el género como categoría principal utilizada para análisis de datos; se ha adoptado métodos mixtos con el uso de herramientas cuantitativos y cualitativos: ha realizado grupos focales, de los cuales han participado cuatro mujeres y tres hombres; se ha aplicado cuestionarios estructurados contestado por 76 personas; se ha realizado observaciones de campo en sitio de ocio en la ciudad, entrevistas biográficas guiadas por la “línea de la vida” y diarios, estos realizados con una pequeña muestra de 6 participantes. Todos los participantes han tenido edad entre 30 y 60 años, graduación universitaria, residentes del barrio de status medio/alto en Salvador y fueran clasificados como pertenecientes a clase A/B por el criterio de Clasificación Económica Brasil.  La construcción de los datos y el dialogo con la literatura sobre el tema ha permitido, primeramente, la reconstrucción del concepto de la “solteridad” a partir de las dimensiones del estado civil, estilo de vida y solitud, siendo la libertad, la principal dimensión, al mismo tiempo el elemento que interconecta a otras dimensiones y lo más importante significado de la “solteridad”. El estudio ha permitido la construcción del perfil de un grupo específico de solteros/as que viven solos/as en relación las características socio económicas, vivencias entorno de la “solteridad” con respecto al campo interpersonal y sexual, en las rutinas de ocio y trabajo, en sus expectativas para el futuro, como también de mapear los territorios en la ciudad por donde trafican especialmente el ocio, apuntando que la condición de la “solteridad” es vivida dentro y fuera de casa teniendo la libertad como centralidad. Por fin, ha permitido observar algunas diferencias de género en la forma con que la “solteridad” es experimentada, ya que la libertad que es cara para la vida de los soltero/as, ha tenido peso diferente para hombres y mujeres; principalmente en el campo de la sexualidad, pues ha mayor permisividad social para los hombres concedieren el sexo fuera de casamiento que las mujeres: a pesar de muchas participantes tener una vida sexual activa; otras se mantienen celibatas hasta que se involucren en una relación estable, enseñando que la “solteridad” expresa los cambios  y permanencia en la vida personal.
Palabras-clave: “Solteridad”. Vivir solo. Relación de género. Clase media. Estilo de vida urbano

"Singleness" in Salvador


ANDRADE, Darlane Silva Vieira. The “singleness” in Salvador: unveiling practices and meanings among middle-class adults. Thesis (Doctorate in Interdisciplinary Studies about Women, Gender and Feminism). Faculty of Philosophy and Humanities, Federal University of Bahia, Salvador, 2012


ABSTRACT


This thesis sought to understand the contemporary phenomenon of “singleness”, specifically in the capital of Bahia, through experiences and the definition of the condition of being single middle class men and women who live by themselves in Salvador. The study was based on interdisciplinary discussions about the changes in personal life, gender relations, relationships, and lifestyles in urban contexts that have contributed to the rethinking of the definition and practices of “singleness”. The research was based on feminist epistemologies, taking gender as the main category chosen to analyze the data. It adopted mixed methods with both qualitative and quantitative techniques: focus groups in which four women and three men participated; structured questionnaires to which 76 people responded; field observations carried out in leisure spaces around the city; and a subsample of six participants given biographical interviews guided by their “life grids” and  diaries. Participants range from 30 to 60 years old, have a university level degree, live in middle to high class neighborhoods in Salvador, and are classified as belonging to A/B social class according to Brazilian Criteria of Economic Classification. The compilation of data and the analysis of the literature about the theme at hand allowed, firstly, for the reconstruction of the concept of “singleness” according to its dimensions of civil status, lifestyle, and loneliness, using freedom as the focal point, as well as the element that connects all the dimensions and the most important meaning of “singleness”. Secondly, this study allowed for the construction of a profile of a specific group of singles living alone, based on their socioeconomic characteristics and experiences of “singleness” in the field of relationships and sexuality, on their leisure and work routines, and on their expectations for the future. In addition, the study mapped the areas around the city occupied by singles, especially for leisure activities, showing that the singleness condition is experienced inside and outside the home, freedom being the main focus. Finally, this study revealed some gender differences in the way that singleness is experienced, given that freedom, as the major characteristic of single life, has different connotations for men and women, especially in regards to sexuality: it is more socially acceptable for men to have sex outside marriage than for women. Although many single women have an active sex life, others remain celibate until they enter into a stable relationship, which suggests that singleness represents both changes and permanencies in personal life.

Keywords: Singleness. Living alone. Gender relations. Middle class. Urban lifestyle.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quantos solteiros e solteiras temos em Salvador em 2010?

Continuo de olho nos dados do censo e finalmente encontrei os dados exatos sobre a solteirice em Salvador.

No último censo, de 2010, o número de solteiros(as) na capital baiana chega a 64,7% da população acima de 10 anos. O que equivale a 1.507.558 pessoas! Pena que o censo não faz uma divisão por grupo de idades (pelo menos nos dados que encontrei até agora).

Se somarmos o número de pessoas desquitadas (1,3%), divorciadas (3%) e viúvas (4,3%), a população sem par chega a 73,3%.

Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/apps/mapa/


Pessoa de 10 anos ou mais de idade, estado civilCasadoDesquitado ou separadojudicialmenteDivorciadoViúvoSolteiro26.8%64.7%

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Elas amam ser solteiras"

A reportagem da revista Marie Claire (em 01/11/12) trata dos aspectos positivos da solteirice, apontados por mulheres solteiras, independentes, vivendo em grandes cidades. Nos depoimentos, as solteiras endossam a liberdade de escolher o que querem fazer para o lazer, que tipo de relacionamentos querem ter e a preferência de muitas pela solteirice.


A socióloga norte americana Bella DePaulo é citada pela sua publicação que trata da solteirice voluntária: as solteiras de coração (single at heart), ou seja, aquelas que se identificam com a solteirice e a vivencia de forma intensa e criativa.



Quando se trata das mulheres solteiras, as reportagens, como esta, discutem as expectativas sobre o casamento, o foco que as mulheres dão à carreira, a questão dos filhos - do desejo ou não de terem filhos, ou, quem os tem e é mãe solteira.  E muitas vezes a condição de não casada (e/ou que não tem filhos) é posta com a ambiguidade da satisfação em estar solteira e adotar um estilo de vida interessante para si, e a cobrança pelo casamento e constituição de família que ainda se coloca como algo esperado socialmente -  e que pode gerar um sentimento de falta, como foi citado pelo psicanalista na reportagem.



Penso que essa ambiguidade talvez também esteja no olhar que o discurso social dá para a solteirice, que ainda não se desprendeu totalmente do seu oposto: o casamento, o que demanda a continuidade de reflexões sobre o tema que é muito mais complexo e vai muito além de um estado civil, como venho discutindo na minha tese.




Reportagem completa:
http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI320196-17737-1,00-ELAS+AMAM+SER+SOLTEIRAS.html

domingo, 28 de outubro de 2012

Números sobre morar só no Brasil na última década


Muitas tem sido as notícias veiculadas na mídia sobre o aumento dos domicílios unipessoais no Brasil na última década. A notícia oficial divulgada pelo IBGE é a seguinte:

"Domicílios com apenas um morador aumentam de 8,6% para 12,1%
Entre 2000 e 2010, houve significativo aumento das unidades domésticas em que morava apenas uma pessoa (unipessoais) no país, de 8,6% para 12,1%. Entre os estados, os maiores percentuais foram registrados no Rio de Janeiro (15,6%) e Rio Grande do Sul (15,2%), cujos índices de envelhecimento foram mais elevados, enquanto Amazonas (8,0%) e Maranhão (8,1%) tiveram os menores percentuais. Nos municípios das capitais, Porto Alegre desponta com o peso relativo mais alto para as unidades domésticas unipessoais (21,6%), enquanto o percentual mais baixo foi registrado em Teresina (8,6%).
A distribuição das unidades domésticas com mais de um morador (multipessoais) por tipo mostra que a forma “nuclear” pode ser considerada o padrão no país. Esta estrutura está baseada na consanguinidade e ou adoção e consiste em um único núcleo formado pelo casal com ou sem filhos. A distribuição das unidades domésticas nucleares por tipo de organização evidencia uma predominância daquelas constituídas por casal com filhos, correspondendo a 62%. As de casal sem filhos apresentaram uma proporção de 21%, enquanto as monoparentais femininas chegaram a 15,1% e as masculinas, a 2,3%.
O Nordeste apresenta um percentual ligeiramente mais elevado de unidades domésticas estendidas, compostas por um ou mais núcleos familiares com outros parentes (22,3% contra a média de 19,1%), e compostas, onde há a presença de não parentes (2,7% contra 2,5%)."

sábado, 27 de outubro de 2012

Aumenta o número de solteiros/as no Brasil


"Mais da metade dos homens e mulheres do Brasil estão solteiros

Número chega a 52% entre as mulheres. Entre os homens, o índice é ainda maior: 60%. Estado com mais solteiros é o Amapá.

(...)

uma pesquisa do IBGE revela um número impressionante sobre os solteiros do Brasil. 52% das mulheres no Brasil estão solteiras. E entre os homens o percentual sobe para quase 60%"


Estes dados foram divulgados em reportagem veiculada no Jornal Hoje, em 12 de julho de 2012, com o seguinte texto: 



"“Hoje a galera está mais querendo ficar, não quer compromisso sério, talvez para não se machucar”, diz o músico Hudson Ferreira.



O estado com a maior proporção de solteiros é o Amapá: 77% dos homens e 74% das mulheres. O lugar onde elas têm mais chances de arrumar um namorado é o estado de São Paulo. Pelo menos é o que mostram os números. São 500 mil solteiros a mais.

Para quem analisa o comportamento humano o número de solteiros vem crescendo pelas mudanças na sociedade. Principalmente a maior independência das mulheres.

“Em alguns momentos elas têm mais critérios, são mais exigentes. Por outro lado, para alguns homens isso também assusta, porque a independência muitas vezes se torna um problema”, comenta a psicóloga Patrícia Piazzon.

Vera, promotora de eventos, teve o último relacionamento sério há 5 anos. E admite que é exigente nesse assunto: “O homem tem que ser bem sucedido, um cara bacana, estudado, que entenda a minha profissão”.

“Tem que ser amoroso, educado, atencioso e aí fica difícil de encontrar”, admite a gerente de loja Carolina Vasconcelos.

Quem sabe nesse dia dos namorados, os solteiros exigentes finalmente encontrem a alma gêmea: “Até a meia noite tudo pode acontecer”, diz."



O video da reportagem se encontra no link:





O discurso da mídia quando divulga reportagens sobre solteiros (e também as que moram sozinhas) na grande maioria das vezes termina com a mensagem de que as pessoas solteiras estão procurando ou devem procurar um par... 


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Quantas pessoas moram sozinhas no Brasil em 2012?

O Jornal Hoje noticiou no dia 24 de outubro, 2012:


"De acordo com o Censo 2012, quase sete milhões de pessoas moram sozinhas no Brasil. A maioria delas - quase seis milhões – vivem nas cidades. Morar só é uma tendência urbana, vinculada à maior demanda de oportunidades. Porto Alegre é a capital com a maior proporção de pessoas com este estilo de vida: 21% por cento.
“A cidade oferece um ambiente propício para a preocupação com a carreira, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a carreira e adiando o momento que elas têm uma união”, comenta Fábio Borges, professor de comportamento do consumidor."
A reportagem de Monalisa Perone está na íntegra:




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Bar dedicado à masturbação feminina no Japão




A novidade para mulheres em Tóquio é a oferta de um bar que tem como objetivo estimular o prazer feminino e o tema central é a masturbação.


Antes considerada uma prática sexual pecaminosa, a masturbação agora é vista como uma prática saudável e inclusive indicada por profissionais da saúde como fonte de prazer, auto-conhecimento que auxilia na relação sexual com outra(s) pessoa(s).



Notícias sobre o bar Love Joule no link


http://noticias.r7.com/internacional/noticias/japao-inaugura-bar-dedicado-a-masturbacao-feminina-20121002.html

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Pesquisa revela que mulheres estudam mais, ganham menos e ficam sós"


A reportagem de Priscilla Chamas afirma que "Está sobrando mulher: são 474,6 mil mulheres solteiras a mais que homens solteiros, só na Bahia. Além disso, elas têm mais escolaridade, apesar de ganharem menos que os homens". A reporter continua:


"Se essa reportagem começasse dizendo que os homens têm medo de mulheres poderosas e, por isso, elas estão mais sozinhas, talvez o time feminino ficasse mais satisfeito. Mas a realidade é que está faltando homem mesmo. E quem diz isso é o IBGE, que divulgou ontem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).


Segundo o instituto, só na Bahia estão ‘sobrando’ 474,6 mil mulheres, isto é, são exatos 3.302.197 mulheres disponíveis, para 2.827.541 homens (pelo menos era assim em 2011, ano de referência da pesquisa). Na Região Metropolitana de Salvador, a situação não é muito diferente: 730 mil homens disponíveis para 960 mil mulheres: 24% mais mulheres."

Confira dados recentes sobre a situação das mulheres baianas - e também dos homens - em termos de renda, escolaridade e situação conjugal, em reportagem na íntegra:




sábado, 1 de setembro de 2012

A tese sobre a solteirice em Salvador está concluída!

É com muita alegria que comunico que depois de um intenso percurso de trabalho, o estudo sobre a "solteirice" em Salvador está concluído para defesa de tese! 

A pesquisa (re)constroi a noção de "solteirice" a partir de diversos dados sobre os aspectos da vida cotidiana de homens e mulheres adultos/as solteiros/as que moram sozinhos/as na capital baiana, tais como o lazer, rotina de trabalho, as redes de relações sociais, as relações afetivas e sexuais, o que pensam sobre o fato de estarem solteiros/as e como definem a "solteirice", como lidam com a solidão (para quem a sente) e quais são as expectativas para o futuro. 

A tese será defendida neste 6 de setembro, no PPGNEIM/UFBA. O texto final ficará disponível na biblioteca e no site da Universidade Federal da Bahia.

Obrigada a tod@s que participaram do estudo e que tem acompanhado as notícias sobre o tema veiculadas por mim, neste blog!


sexta-feira, 27 de julho de 2012

A solteirice em texto de Luciana França




"Déjà vu, Sexo e Apartamentos" é o título do texto da psicóloga Luciana França, que, de uma forma inteligente, descreve um encontro sexual, casual, de solteiros/as. Vale a pena conferir!!


http://www.casalsemvergonha.com.br/2012/07/18/deja-vu-sexo-e-apartamentos/

domingo, 3 de junho de 2012

Anel para solteiros e solteiras

SingleRingen é o nome do anel criado por uma empresa sueca para que as pessoas usem com o objetivo de sinalizar o status de solteira. Se as casadas tem, por que as solteiras não? Essa é a ideia do uso do anel, que também funciona como um atrativo para paquera. Quem compra o anel também pode fazer parte de uma comunidade que organiza festas e eventos para solteiros/as no mundo todo. Basta cadastrar o número gravado no anel, em um site. Alguns famosos aderiram à moda no exterior, mas, apesar de já estar à venda no Brasil (pela Forum), não vemos muita divulgação. Aqui, o status de casado/a é mais valorizado... e vendável. Ou podemos pensar que as pessoas solteiras não precisam de um símbolo que demarque o status em contraposição à aliança usada pelos/as casados/as (!?) 





Links com informes sobre o anel: 

http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI816359-EI16610,00-Anel+de+solteiro+e+chamariz+pra+paquera.html

http://megaminas.globo.com/2007/01/05/anel-para-solteiros-chega-ao-brasil-o-objeto-que-ja-e-sucesso-na-suecia-japao-e-finlandia

terça-feira, 1 de maio de 2012

"Eu confesso..." - Nota sobre as amantes


"Eu confesso... Revelação de uma amante"

é o título do romance recém-lançado pela jornalista Aline Castelo Branco. O livro foi inspirado em revelações de uma mulher - amante - que participou do programa "Confessionário", na rádio Metrópole 103.1FM. Outas histórias reveladas por homens e mulheres neste programa certamente inspiraram a jornalista. Eu e outros profissionais participamos do "Confessionário" comentando a respeito de temas relacionado ao sexo e relacionamentos. Também participei de outros programas desta rádio e pude colaborar como estudiosa da "solteirice", trazendo reflexões pautadas na pesquisa. Este também tem sido um espaço de construção de reflexões sobre o tema, a partir dos questionamentos dos/as ouvintes, e das jornalistas. 

Como viver um relacionamento satisfatório? Como encontrar a pessoa ideal? O que fazer quando há insatisfação na relação? O que fazer para sair de um relacionamento insatisfatório?O que esperar dos homens em um relacionamento? O que esperar das mulheres? Essas e outras perguntas perpassam o cotidiano dos relacionamentos, que Aline retrata em seu romance de uma forma sensível e verdadeira a partir de seus personagens: Branca e Juan.

O romance de Branca e Juan - vivido através dos encontros, troca de poesias, cartas, fotos e nas viagens, remete a forma com que homens e mulheres vivenciam um relacionamento amoroso que oras apresenta proximidade quando ambos se entregam sexual e emocionalmente, oras com significativas diferenças porque as expectativas quanto ao futura a dois, são diferentes. Branca, ao se colocar no papel de amante - no sentido de que ela se relaciona com um homem casado, mas também no papel da mulher que ama - espera que esta relação seja infinita, que sigam juntos no futuro. Já Juan, no papel de um homem que se relaciona e ama duas mulheres, espera se manter neste lugar porque não pode sair dele (ao menos naquele momento). Como esperar outros caminhos para lidar com as relações se vivemos ainda em uma sociedade desigual para homens e mulheres? Este é um grande desafio a ser enfrentado! 



                            Lançamento do livro.Abril/2012.Eduardo Carrilho, Aline C.Branco, Darlane Andrade 

CASTELO BRANCO, Aline. Eu confesso...: revelação de uma amante. Salvador: KSZ, 2012, 115f.


Na pesquisa sobre a "solteirice" em Salvador...

em uma amostra de 100 sujeitos (53% mulheres), somente uma pequena porcentagem praticou sexo com amante (4,3%) nos últimos 6 meses. A maioria fez sexo com namorado(a) (26,4%), ficante (19,3%) e recém-conhecido/a (15,7%). Ou seja, parece que nesta amostra, ser amante não é uma prática tão comum, mas podemos pensar como por vezes as mulheres solteiras principalmente (porque foram elas que pontuaram terem feito sexo com amantes, nesta amostra), são vistas como as que tem o potencial para serem amantes, sendo inclusive, uma ameaça aos casamentos. 

Já os homens, mesmo quando estão comprometidos, tem mais mobilidade para se relacionar sexualmente ou até mesmo manter relações mais estáveis com outras mulheres - ou pelo menos, tendem a sentir menos culpa do que as mulheres ao fazerem isso! Na pesquisa que realizei no mestrado, um solteiro que mora só relatou que já manteve mais de uma namorada, por mais de um ano. E não eram amantes, eram namoradas!

Acredito que, o que é interessante ao pensarmos sobre as relações amorosas, é como as práticas desafiam as regras sociais e devem ser olhadas com mais proximidade para compreendermos mais sobre seus significados.  No entanto, ainda assim, muitas práticas carregam diferenças de gênero pautadas em convenções e estereótipos que refletem ainda uma sociedade desigual. 





Salvador: a capital dos/as divorciados/as



Salvador já foi considerada a capital do/as solteiros/as dentre as outras capitais brasileiras (dados censitários de 2000). O que o recente censo do IBGE revela é que a capital baiana é também a campeã dos divórcios no Nordeste - quase 4 mil processos, no ano de 2010. 

Os motivos para o divórcio estão relacionados aos desencontros dos pares frente ao projeto de vida em comum que há de ser construído no casamento - e que faz parte da difícil tarefa de balancear a individualidade com a conjugalidade; ao fim do sentimento de amor - ou mudanças na qualidade desse sentimento, visto que as pessoas tendem a se casar mais por amor do que por outros interesses; e por outros motivos que podem gerar conflitos no casamento e desencadear no fim deste como a descoberta de uma traição, por exemplo. 

Neste processo, chama atenção como a independência feminina dá condições - materiais e emocionais - para que as mulheres que estão insatisfeitas com o casamento, optem pelo divórcio e busquem outras possibilidades. E também atenta para as mudanças nas funções sociais do casamento que tendem a atender mais as expectativas individuais do que a união econômica de duas famílias.

Vejam reportagem, na qual colaborei, no Jornal da Record da Bahia, veiculado em 22 de março deste ano.

://www.itapoanonline.com/portal/tv/bahiarecord/video.aspx?id=155509


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que as mulheres esperam de um companheiro?


Como pesquisadora sobre "solteirice", fui convidada a dar uma entrevista falando sobre a pesquisa e o que as mulheres - solteiras e independentes - esperam de um companheiro (quando estas esperam alguém!). 


A reportagem completa está no link do Rede Bahia Revista, exibido em 6 de fevereiro 2012. 



http://redeglobo.globo.com/ba/redebahia/redebahiarevista/videos/t/edicoes/v/saiba-o-que-as-mulheres-querem-dos-companheiros-para-ter-um-bom-casamento/1800501/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Mulheres com instrução maior ficam mais solteiras"

"Mulheres com instrução maior ficam mais solteiras". Essa é a chamada do artigo no "Metro Brasil". A frase é baseada em um estudo do DIEESE, em São Paulo (2009) que aponta como as mulheres solteiras e sem filhos têm renda e formação/instrução maiores do que as casadas ou as separadas e com filhos. 

                                   

A desigualdade se dá em grande medida pela falta de apoio para as mulheres trabalhadoras no sentido delas terem suporte social e político que favoreça a conciliação da vida familiar com o investimento no trabalho. Em muitas empresas, por exemplo, as mulheres não contam com serviços de creche para auxiliar no cuidado com seus filhos e em casa, quando casadas, nem sempre encontram apoio do companheiro na divisão das tarefas domésticas.

Quanto às solteiras, independentes e bem em sucedidas, a permanência na vida só pode se dar justamente por terem mais vantagens para investir no trabalho e realizar escolhas diferentes e desvinculadas da vida familiar, o que não quer dizer que essas mulheres não tenham uma vida pessoal movimentada. Pelo contrário, a vida de solteira é construída em torno também de diversas relações que se estabelecem com amigos/as, familiares, além de  relações afetivo-sexuais. As dificuldades encontradas, no entanto, também existem, principalmente quando essas mulheres buscam um parceiro para se relacionar de forma estável, já que muitos são os homens que não sabem lidar essas "novas mulheres".

Vale a pena atentar para o fato de que vivemos em uma sociedade ainda machista e desigual, em que muitas e diversas mulheres não encontram terreno para serem plenamente realizadas. Essas reflexões estão sendo construídas no estudo de tese sobre "solteirice", que está em fase de análise de dados. 

Contato: pesquisa.solteirice@gmail.com