domingo, 3 de junho de 2012

Anel para solteiros e solteiras

SingleRingen é o nome do anel criado por uma empresa sueca para que as pessoas usem com o objetivo de sinalizar o status de solteira. Se as casadas tem, por que as solteiras não? Essa é a ideia do uso do anel, que também funciona como um atrativo para paquera. Quem compra o anel também pode fazer parte de uma comunidade que organiza festas e eventos para solteiros/as no mundo todo. Basta cadastrar o número gravado no anel, em um site. Alguns famosos aderiram à moda no exterior, mas, apesar de já estar à venda no Brasil (pela Forum), não vemos muita divulgação. Aqui, o status de casado/a é mais valorizado... e vendável. Ou podemos pensar que as pessoas solteiras não precisam de um símbolo que demarque o status em contraposição à aliança usada pelos/as casados/as (!?) 





Links com informes sobre o anel: 

http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI816359-EI16610,00-Anel+de+solteiro+e+chamariz+pra+paquera.html

http://megaminas.globo.com/2007/01/05/anel-para-solteiros-chega-ao-brasil-o-objeto-que-ja-e-sucesso-na-suecia-japao-e-finlandia

terça-feira, 1 de maio de 2012

"Eu confesso..." - Nota sobre as amantes


"Eu confesso... Revelação de uma amante"

é o título do romance recém-lançado pela jornalista Aline Castelo Branco. O livro foi inspirado em revelações de uma mulher - amante - que participou do programa "Confessionário", na rádio Metrópole 103.1FM. Outas histórias reveladas por homens e mulheres neste programa certamente inspiraram a jornalista. Eu e outros profissionais participamos do "Confessionário" comentando a respeito de temas relacionado ao sexo e relacionamentos. Também participei de outros programas desta rádio e pude colaborar como estudiosa da "solteirice", trazendo reflexões pautadas na pesquisa. Este também tem sido um espaço de construção de reflexões sobre o tema, a partir dos questionamentos dos/as ouvintes, e das jornalistas. 

Como viver um relacionamento satisfatório? Como encontrar a pessoa ideal? O que fazer quando há insatisfação na relação? O que fazer para sair de um relacionamento insatisfatório?O que esperar dos homens em um relacionamento? O que esperar das mulheres? Essas e outras perguntas perpassam o cotidiano dos relacionamentos, que Aline retrata em seu romance de uma forma sensível e verdadeira a partir de seus personagens: Branca e Juan.

O romance de Branca e Juan - vivido através dos encontros, troca de poesias, cartas, fotos e nas viagens, remete a forma com que homens e mulheres vivenciam um relacionamento amoroso que oras apresenta proximidade quando ambos se entregam sexual e emocionalmente, oras com significativas diferenças porque as expectativas quanto ao futura a dois, são diferentes. Branca, ao se colocar no papel de amante - no sentido de que ela se relaciona com um homem casado, mas também no papel da mulher que ama - espera que esta relação seja infinita, que sigam juntos no futuro. Já Juan, no papel de um homem que se relaciona e ama duas mulheres, espera se manter neste lugar porque não pode sair dele (ao menos naquele momento). Como esperar outros caminhos para lidar com as relações se vivemos ainda em uma sociedade desigual para homens e mulheres? Este é um grande desafio a ser enfrentado! 



                            Lançamento do livro.Abril/2012.Eduardo Carrilho, Aline C.Branco, Darlane Andrade 

CASTELO BRANCO, Aline. Eu confesso...: revelação de uma amante. Salvador: KSZ, 2012, 115f.


Na pesquisa sobre a "solteirice" em Salvador...

em uma amostra de 100 sujeitos (53% mulheres), somente uma pequena porcentagem praticou sexo com amante (4,3%) nos últimos 6 meses. A maioria fez sexo com namorado(a) (26,4%), ficante (19,3%) e recém-conhecido/a (15,7%). Ou seja, parece que nesta amostra, ser amante não é uma prática tão comum, mas podemos pensar como por vezes as mulheres solteiras principalmente (porque foram elas que pontuaram terem feito sexo com amantes, nesta amostra), são vistas como as que tem o potencial para serem amantes, sendo inclusive, uma ameaça aos casamentos. 

Já os homens, mesmo quando estão comprometidos, tem mais mobilidade para se relacionar sexualmente ou até mesmo manter relações mais estáveis com outras mulheres - ou pelo menos, tendem a sentir menos culpa do que as mulheres ao fazerem isso! Na pesquisa que realizei no mestrado, um solteiro que mora só relatou que já manteve mais de uma namorada, por mais de um ano. E não eram amantes, eram namoradas!

Acredito que, o que é interessante ao pensarmos sobre as relações amorosas, é como as práticas desafiam as regras sociais e devem ser olhadas com mais proximidade para compreendermos mais sobre seus significados.  No entanto, ainda assim, muitas práticas carregam diferenças de gênero pautadas em convenções e estereótipos que refletem ainda uma sociedade desigual. 





Salvador: a capital dos/as divorciados/as



Salvador já foi considerada a capital do/as solteiros/as dentre as outras capitais brasileiras (dados censitários de 2000). O que o recente censo do IBGE revela é que a capital baiana é também a campeã dos divórcios no Nordeste - quase 4 mil processos, no ano de 2010. 

Os motivos para o divórcio estão relacionados aos desencontros dos pares frente ao projeto de vida em comum que há de ser construído no casamento - e que faz parte da difícil tarefa de balancear a individualidade com a conjugalidade; ao fim do sentimento de amor - ou mudanças na qualidade desse sentimento, visto que as pessoas tendem a se casar mais por amor do que por outros interesses; e por outros motivos que podem gerar conflitos no casamento e desencadear no fim deste como a descoberta de uma traição, por exemplo. 

Neste processo, chama atenção como a independência feminina dá condições - materiais e emocionais - para que as mulheres que estão insatisfeitas com o casamento, optem pelo divórcio e busquem outras possibilidades. E também atenta para as mudanças nas funções sociais do casamento que tendem a atender mais as expectativas individuais do que a união econômica de duas famílias.

Vejam reportagem, na qual colaborei, no Jornal da Record da Bahia, veiculado em 22 de março deste ano.

://www.itapoanonline.com/portal/tv/bahiarecord/video.aspx?id=155509


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O que as mulheres esperam de um companheiro?


Como pesquisadora sobre "solteirice", fui convidada a dar uma entrevista falando sobre a pesquisa e o que as mulheres - solteiras e independentes - esperam de um companheiro (quando estas esperam alguém!). 


A reportagem completa está no link do Rede Bahia Revista, exibido em 6 de fevereiro 2012. 



http://redeglobo.globo.com/ba/redebahia/redebahiarevista/videos/t/edicoes/v/saiba-o-que-as-mulheres-querem-dos-companheiros-para-ter-um-bom-casamento/1800501/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Mulheres com instrução maior ficam mais solteiras"

"Mulheres com instrução maior ficam mais solteiras". Essa é a chamada do artigo no "Metro Brasil". A frase é baseada em um estudo do DIEESE, em São Paulo (2009) que aponta como as mulheres solteiras e sem filhos têm renda e formação/instrução maiores do que as casadas ou as separadas e com filhos. 

                                   

A desigualdade se dá em grande medida pela falta de apoio para as mulheres trabalhadoras no sentido delas terem suporte social e político que favoreça a conciliação da vida familiar com o investimento no trabalho. Em muitas empresas, por exemplo, as mulheres não contam com serviços de creche para auxiliar no cuidado com seus filhos e em casa, quando casadas, nem sempre encontram apoio do companheiro na divisão das tarefas domésticas.

Quanto às solteiras, independentes e bem em sucedidas, a permanência na vida só pode se dar justamente por terem mais vantagens para investir no trabalho e realizar escolhas diferentes e desvinculadas da vida familiar, o que não quer dizer que essas mulheres não tenham uma vida pessoal movimentada. Pelo contrário, a vida de solteira é construída em torno também de diversas relações que se estabelecem com amigos/as, familiares, além de  relações afetivo-sexuais. As dificuldades encontradas, no entanto, também existem, principalmente quando essas mulheres buscam um parceiro para se relacionar de forma estável, já que muitos são os homens que não sabem lidar essas "novas mulheres".

Vale a pena atentar para o fato de que vivemos em uma sociedade ainda machista e desigual, em que muitas e diversas mulheres não encontram terreno para serem plenamente realizadas. Essas reflexões estão sendo construídas no estudo de tese sobre "solteirice", que está em fase de análise de dados. 

Contato: pesquisa.solteirice@gmail.com


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Continua aumentando número de pessoas que moram sozinhas no Brasil

Resultados  divulgados do censo 2010 mostram o aumento do número de domicílios unipessoais no país. Em 2000 este número representou 8,6% dos domicílios e no último censo, subiu para 12,1%, totalizando quase 7 milhões de pessoas residentes sozinhas no país.

A notícia tem sido veiculada na mídia, apontando algumas tendências: 

- Aumento do número de divórcios e separações
- As pessoas estão mais individualistas 
- Aumento do número de idosos/as no país
- Diminuição do número de membros da família brasileira

Jornal Nacional:

Cada Minuto/Alagoas


Outras tendências tem sido trazidos pelos/as participantes do estudo de tese sobre "Solteirice" em Salvador:

- Independência financeira e autonomia perante a família de origem
- Possibilidade de desfrutar da liberdade que inclui poder organizar a casa e a rotina conforme vontade pessoal
- A busca de privacidade
- Possibilidade de manter manias pessoais




Por que morar só e estar solteiro/a em Salvador?

No 16o. Encontro da Associação Brasileira de Psicologia Social realizado na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife entre os dias 12 e 15 de novembro deste ano, foi apresentada análise preliminar do estudo de tese sobre a "solteirice" em Salvador. 

No Encontro foram discutidos os motivos declarados pelas pessoas por estarem sós - solteiras e morando sozinhas. Interessante observar como a liberdade atrelada a independência e autonomia que caracterizam a vida de solteiro/a para os/as participantes do estudo até o momento, caminha junto com a busca de uma "pessoal ideal" e uma "relação ideal". Mas, dizer que está só porque "não encontrou a pessoa certa" ou a "relação certa" é uma resposta dada porque é aceitável socialmente? E em que medida as pessoas estão dispostas a abrir mão da liberdade de uma vida só para se engajar em uma relação mais estável? 

Acesse o trabalho completo no link: 



Para conhecer mais sobre a Associação Brasileira de Psicologia Social, acesse:

www.abrapso.org.br